GAROTAS DIABÓLICAS

As Diabatz: ''vida nova'' com o psychobilly


Membros de uma tribo pequena, porém fidelíssima, os adeptos do psychobilly seguem conquistando novos seguidores em Curitiba. Inclusive garotas, que também fazem questão de adotar o visual extravagante da turma - inspirado nos roqueiros dos anos 50, nos punks e em filmes de terror classe B. Entre elas, destaca-se o trio As Diabatz, provavelmente a primeira banda feminina do gênero no país.

Juntas desde o fim de 2006, Carolina Salmazo (voz e guitarra, 19 anos), Cláudia Smith (baixo acústico, 24) e Ana Cláudia Marques (bateria, 20) já surgiram fazendo barulho. E não apenas nos palcos. Sua página no site MySpace chamou a atenção da gringolândia e não demorou muito para que elas recebessem o primeiro convite para tocar no exterior.

O show aconteceu em um dos maiores festivais de psychobilly do mundo, realizado na Espanha, em uma praia perto de Barcelona. Antes, as meninas estiveram em Roterdã (Holanda), onde gravaram as faixas de seu primeiro álbum. O disco está pronto, e agora o grupo negocia um contrato de distribuição com uma gravadora internacional. Nada mal para quem só havia tocado em Curitiba, Maringá e Londrina.

O gosto pelo psychobilly, elas contam, vem do caráter apolítico do movimento. Inicialmente envolvidas com a cena punk, as garotas trocaram a contestação pela diversão. ''No psychobilly você pode ter a opinião que quiser sobre as coisas. Ninguém vai discutir se não concorda'', diz Cláudia, mulher de Coxinha, um dos músicos mais versáteis da cidade.

Cláudia se formou em Pedagogia, mas hoje se dedica integralmente à banda. Ana é designer. E Carolina se vira como professora de inglês e garçonete de um café. No caso dela, é preciso estar ''à paisana'' para não chocar os clientes. ''As pessoas estranham muito as tatuagens e o cabelo raspado com topete. Na faculdade pensavam que eu tinha câncer'', lembra Cláudia.

Elas afirmam que o psychobilly mudou suas vidas, e agora não conseguem namorar alguém de fora do meio. ''Imagina ficar com um cara que curte MPB ou funk'', brinca a baixista. ''A gente conversa muito sobre música, seria impossível conviver com um namorado que não goste das mesmas coisas ou não entenda nosso visual'', diz Carolina.

Enquanto o CD de estréia e a primeira turnê internacional não viram realidade, As Diabatz seguem se apresentando por aqui mesmo. Na próxima quinta, tocam pela primeira vez em São Paulo. Para ouvir quatro faixas das meninas, acesse o MySpace da banda.

por OMAR GODOY
com foto de DIEGO SINGH
outubro de 2008

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