O táxi de Rodrigo: "marketing da experiência"
Como diriam os professores da área de négocios, Rodrigo Brustolin é um case a ser estudado. O taxista de 29 anos não fez faculdade, mas, à sua maneira, utiliza ferramentas de marketing e atendimento ao cliente no dia-a-dia.
Andar no carro de Rodrigo é uma experiência (para usar outro termo comum entre os especialistas em business). Equipada com DVD e telas de plasma, a Zafira nova em folha conta com distração audiovisual para todos os gostos. De Bruno & Marrone a Bee Gees, passando por Tim Maia, Só Pra Contrariar e até vídeos de pesca.
Jornais e revistas também estão à disposição dos passageiros, além de uma infinidade de guloseimas. São balas, chicletes, amendoins, biscoitos e salgadinhos oferecidos sem qualquer custo adicional. Fora a atenção e o bom papo do motorista, um apaixonado pelo ofício. "Para mim, isso não é uma profissão. É uma brincadeira", afirma Rodrigo, há 11 anos na praça.
Seu pai, também taxista, queria que ele estudasse mais e seguisse uma carreira diferente - mas os conselhos foram em vão. Rodrigo bateu o pé e se dedicou integralmente ao carro, sempre com um objetivo bem definido em mente: superar-se em termos de inovação. Não à toa, seu próximo investimento é um frigobar, para que os clientes possam beber água gelada durante as corridas.
"Tento pensar como qualquer outro empresário", diz. Mas, por incrível que pareça, nem todos entendem suas intenções. Certa vez, a empresa de radiotáxi ao qual Rodrigo é ligada recebeu uma reclamação de uma passageira indignada. "A moça ficou brava quando ofereci uma bala e pediu para descer ali mesmo. Depois, ligou para a central dizendo que eu insinuei que ela estava com mau hálito", conta. Não há agrado que reverta o mau humor crônico.
com foto de LETÍCIA RODRIGUES
agosto de 2008
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