CARTOLA ELETRÔNICO

Eduardo já organizou mais de cem campeonatos de futebol virtual

A grande final do Campeonato Paranaense de Futebol Digital aconteceu no dia 11 de novembro, numa loja de games do centro da cidade. Cerca de 200 jogadores, além de vários curiosos, assistiram à partida entre um agente penitenciário de 29 anos e um estudante de 16. O mais velho levou a melhor, e voltou para casa com um videogame de última geração como prêmio.

Quem disputou a primeira edição do torneio, em 2005, certamente não imaginava que a brincadeira ganharia proporções tão grandes. Realizado no apartamento do organizador, o então office-boy Eduardo Gomes, o campeonato contou com apenas seis jogadores. De lá para cá, ele já promoveu mais de cem competições - uma delas, patrocinada por uma rádio, foi disputada dentro de um cinema.

Eduardo, hoje com 30 anos, fundou a Federação Paranaense de Futebol Digital antes mesmo de a entidade existir de verdade. Depois de registrar o estatuto em cartório, ele investiu suas economias na divulgação do primeiro torneio. A repercussão na imprensa esportiva foi tão positiva que a segunda edição, realizada no mês seguinte, atraiu 44 jogadores. "Tive de emprestar televisões da família", lembra.

O terceiro campeonato, com mais de 60 inscritos, aconteceu numa loja alugada. Em paralelo, outras federações surgiam pelo Brasil, sempre tendo a paranaense como referência. E assim foi, até que Eduardo montou seu próprio negócio de games. Mas não sem uma dose de sacrifício.

Quinze dias depois da inauguração, ladrões levaram todo o seu estoque - causando um prejuízo de R$ 30 mil (dinheiro emprestado de um primo). De volta à estaca zero, o "cartola eletrônico" se reergueu fazendo o que sabe: organizando competições.

Instalado em um novo local, e com 4 mil panfletos em mãos, ele percorreu os estádios da cidade divulgando o paranaense "virtual" de 2008. E, como se sabe, o torneio foi um sucesso, com mais de 200 inscritos. Tanto que Eduardo planeja aumentar o espaço da loja, incrementando a estrutura com um telão.

Também apaixonado por futebol "real", o cartola é daqueles que interrompe o que estiver fazendo para ver uma partida pela televisão. "Minha namorada fica louca quando vejo um Milan e Juventus, por exemplo", conta. Mas, jogar mesmo, não é muito com ele. "O sedentarismo é tanto que eu só joguei de goleiro. Para que ficar correndo atrás da bola se ela pode vir até mim?", debocha.

Federação de Futebol Digital

por OMAR GODOY
com foto de MARCOS BORGES
dezembro de 2008

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