CAÇADORA DE TENDÊNCIAS

Patrícia Papp: um novo jeito de trabalhar com comunicação

Luiza vai nascer na semana que vem. É o segundo bebê da publicitária Patrícia Papp, 33 anos, mãe de um menino de 5, o Pedro. Para cuidar da pequena, ela terá de abrir mão, pelo menos por um tempo, de uma das partes mais "chatas" de seu trabalho: viajar, a cada 40 dias, para fora do país. Só neste ano de gravidez, Patrícia esteve nos Estados Unidos, Japão, Malásia e Argentina.

Sócia e fundadora da empresa Pulp Idéias e Conteúdo, a publicitária é uma caçadora de tendências profissional. Ou cool hunter, como se diz no meio. Seu dia-a-dia consiste basicamente em investigar novidades e apresentá-las ao mercado - por meio de boletins informativos e de forma mais direta, no sistema de consultoria.

Patrícia explica sua atuação. "Digamos que um shopping center pretende fazer uma grande transformação. Nós analisamos a situação e sugerimos ações inovadoras para que o cliente comunique essa mudança. Pintar tudo de determinada cor, por exemplo, como vimos em um outro shopping de Hong Kong". E por aí vai, sempre com atenção nos detalhes.

Assumidamente inquieta e agitada, a publicitária passou por quase todas as grandes agências da cidade (como estagiária ou diretora de arte). Até perceber, há três anos, que a comunicação entrou em uma nova fase. E não só porque a quantidade de informação e de veículos para transmiti-la aumentou. A maneira como as pessoas recebem e interagem com os conteúdos também mudou.

"A publicidade não é mais estática. O consumidor agora já pode participar de uma campanha, mandando sua história pela internet, ajudando a escrever o roteiro do comercial ou mesmo desenhando um modelo de tênis", afirma. Desse desejo de "fazer parte da mudança" surgiu a Pulp, criada com dois amigos jornalistas e "novidadeiros" de carteirinha.

Atenta, 24 horas, a tudo o que é diferente, Patrícia ainda leciona e se envolve nas atividades do Clube de Criação do Paraná (entidade que discute a comunicação regional e preserva sua memória). De quebra, está sempre à disposição para debates, palestras, seminários e entrevistas. "Aprendo muito com os estudantes, pois eles têm uma maneira toda própria de se relacionar com as novas ferramentas de comunicação. Mas a verdade é que eu não consigo dizer não", admite.

por OMAR GODOY
com foto de LETÍCIA MOREIRA
novembro de 2008

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